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quinta-feira, 19 de março de 2015

O CONFUSO E ENVOLVENTE MUNDO DE UM GENERALISTA

Como começar a falar sobre algo tão complexo? Queria escrever para os generalistas e ecléticos como eu que muitas vezes o mundo tenta nos colocar num funil e dizer você tem que focar, focar e focar, quando você por essência é multifocal?
Eu por muitos anos achava bom e mais fácil para quem já nascia com uma vocação, que desde criança já queria ser médico, ou veterinário e levava aquilo até quando ficasse adulto e de fato focava nisso, mas quando criança eu já queria ser professora, desenhista, estilista, já gostava de escrever, de tudo que estivesse ligado a causas sociais, e lidar com gente, simples? Nenhum pouco, como decidir algo se quase tudo te desperta?
Quando todo mundo dizia que gostava ou se dava bem em uma matéria, se era bom em Português não era em Matemática, se gostava de Educação Física não gostava de Artes, o que acontecia comigo? Gostava de tudo, e modesta parte me saía bem em todas as matérias, participava de Olimpíada de Matemática, Física, concurso de Redação, de poesia, desenho, campeonato de vôlei, futebol, dama... 
Gostar de brincar de carrinho de rolimã e Barbie, brincar de bolinha de gude, a burquinha a brincar de elástico...Eis que vem a adolescência, e sempre o mundo tachou se você é CDF você tem que ser só CDF, e eu era CDF, e ia para a balada, e ia para igreja e dava aula voluntária...
E os gostos musicais? Por que que eu tenho que gostar só de rock, ou de rap, de mpb ou de eletrônica, se eu posso ouvir tudo isso e cada hora uma coisa me agradar?
E no trabalho como fazer apenas um função se você se encanta pela diversidade?
E assim é para religião, para política, porque defender um partido ou uma religião como se fossem os únicos e corretos sendo que em todos eles tem o lado bom e o a melhorar?
Muitas vezes tudo que você lê ou vive na prática tenta te colocar como o errado e defeituoso no mundo, para quem é tão eclético assim como eu vai saber do que eu falo, você por vezes pensa por que eu não escolho algo para focar, algo mais fácil, e me enquadro no padrão social?
É aí que começa o nosso auto erro, você passa a ser quem não é, e a se desrespeitar, me diz qual o problema de gostar de diversas músicas, respeitar várias religiões, ser estudioso mas também gostar de dançar, ser isento de preconceitos, lidar com qualquer tipo de gente? 
Francamente hoje não vejo nenhum problema nisso, pelo contrário acho que é uma grande dádiva, assim como é para um especialista, ser tão bom em algo, não há certo ou errado, certo é você respeitar a sua essência, se a sua essência consegue lidar com o diferente, com a diversidade de tudo eu diria que isso é um baita dom, você só precisa encontrar coisas que te façam usar todas as suas potencialidades. 
Não se limite, não deixe o mundo dizer que seu jeito não é certo, imagina alguém numa empresa que tem a tal da visão sistêmica, que é como enxergar tudo do alto e conseguir gerenciar tudo, não é fantástico um gestor assim? Que consegue entender que Ana é diferente de Beatriz e está tudo certo nisso cada um tem um estilo diferente e potenciais específicos? Pensa num produtor musical se conseguir lidar com os diferentes estilos? Para um ator o quão fácil seria se ele já gostasse de tudo um pouco? Para um jornalista, editor, então nem se fala.
Para você que gosta de viajar do sul ao nordeste, que gosta de rock a forró, que gosta de frio e de calor, que gosta de assistir sobre política aos mais fúteis programas, que não vê diferença entre homem e mulher, que gosta de falar de negócios e também de projetos sociais, que acha que toda religião tem sua contribuição, e que todo indivíduo não importa o sexo, classe, raça, opção sexual, opção do que quer que seja, sinta-se privilegiado e não um estranho no ninho, afinal o que muita gente luta já está dentro de você: a diversidade.

(Carina Silva)

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