Não tem como não parar para fazer uma reflexão toda vez que
a gente perde alguém, seja quem for, parentes, amigos, colegas de trabalho,
toda pessoa que de alguma maneira se vai deixa sempre uma lição, uma reflexão.
Ontem e hoje mais do que nunca ficaram muito claras várias
coisas nas quais eu acredito, que daqui só levamos as boas recordações, as boas
amizades, os bons sentimentos, isso que no fim é o que importa. Quando nos
deparamos com a cena de um velório aquela sensação de impotência, o sofrimento
da família, e toda uma vida ali sendo relembrada através de um corpo passam
milhares de questionamentos, e quando você vê o caixão sendo lacrado, e toda
uma história se encerrando ali subitamente, e depois uma cova com terra e
cimento não tem como não se sentir o menor dos seres, se sentir tão pequeno
quanto um inseto, e tão medíocre a ponto de desperdiçarmos nossa vida com
tantas tolices.
Quanto de vida desperdiçamos com orgulho, com soberba, com
ego, com status, com querer ser melhores que os outros, com posses, e nada
disso levamos...
E o pior é que sabemos que pensaremos tudo isso naquele dia,
mas logo voltamos a nossa zona de conforto humana e faremos tudo outra vez, e
esse ciclo vicioso de vida sem sentido continua...
Qual o propósito da vida afinal? Eu não tenho a resposta,
mas busco seguir algum propósito, tentar fazer a vida valer a pena de alguma
maneira.
Um grande amigo faleceu esse fim de semana e foi bonito de
ver quantas pessoas de tudo que é jeito passaram pra dar seu último adeus,
quantos amigos ele tinha, nas empresas que ele passou, na vida como um todo, na
vizinhança, amigos da sua antiga cidade, toda a família, todos estavam ali, e o
que ficou para cada um que estava lá? As lembranças que ele deixou...
No buraco a qual todos estamos fadados não tem nome na lista, não tem área vip, aliás infelizmente tem um pouco disso, que até na morte há um pouco de status quando se paga o caixão, mas naquele buraco você será tão medíocre quanto qualquer outro ser humano, seja você o que quer que tenha sido.
Nada somos se não o conjunto das nossas ações, não é o
conjunto de bens, não é quanto temos na conta bancária, não é a nossa posição
social, o cargo que ocupamos que fica exposto na sala de sepultamento, o que
somos sempre será o que fazemos da vida que ganhamos, que por mais que não nos
damos conta tem a data de validade que não nos foi revelada.
E você que lembrança você quer deixar? Qual seu legado? Se
você morresse hoje do que as pessoas mais se lembrariam? Em quem você deixaria saudades?
Será que você deixaria saudade?
(Carina Silva)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se a vontade bater em sua porta comente!