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domingo, 5 de julho de 2020

QUE SOCIEDADE É ESSA?

Instagram não tem raio-x da alma, nem toda pessoa linda por fora é linda por dentro, nem todo mundo é o que diz ser, nem toda pessoa aparentemente boa é realmente boa, essência é coisa rara, bondade é artigo de luxo, o básico virou diferencial, o cuidado, o zelo viraram moeda de troca, a sociedade parou, mas não parou o preconceito, o desrespeito, a maldade, a sociedade se aquietou mas o ódio gritou, a incoerência fez tanto barulho que o amor ficou silencioso...
Os sentimentos bons infelizmente precisam de garimpo, estamos cavando fundo pra encontrar a pureza que se perdeu sabe lá onde, que sociedade é essa que se revolta com quem luta por direitos básicos que é respeito, liberdade de ser quem é, e não se revolta com a maldade nem com as milhares de mortes? Que sociedade é essa que acha mimimi um preto se cansar de sofrer preconceito, que acha mimimi as mulheres se cansarem de serem tratadas como objeto sexual, que acham mimimi homossexuais lutarem para não serem mais espancados e mortos, mas não se ofende e nem se incomoda com o desrespeito, com a brutalidade, com abusos? A mesma sociedade que encara como mimimi o que deveria ser o nosso natural, é a mesma sociedade que matou milhares de mulheres na fogueira, que matou milhares de judeus nos campos de concentração, que escravizou milhares de pretos, estrangeiros, italianos, é a mesma sociedade que matou milhares de mulheres espancadas, é a mesma sociedade que matou gays na calada da noite, mendigos, é a mesma sociedade que julga que aponta, mas que não estende a mão.
Quando foi que perdemos a sensibilidade, deixamos a humanidade de lado e viramos essa máquina de tecer ódio, quantos bilhões de anos mais teremos que viver para praticar o mínimo que é amor e respeito, será que é tão difícil educar os filhos a respeitar as diferenças do que ficar olhando a vida dos outros?
Aonde foi que deixamos de ser humanos, quantas vezes a Terra precisará nos chacoalhar pra entendermos os princípios básicos de uma vida em comunidade, em comunhão, quantas crucificações mais precisam existir pra lembrarmos do exemplo mais puro de amor, como pode depois de tudo que a história nos mostrou e nos mostra continuarmos cometendo os mesmos erros?
Que sociedade é essa que banaliza a morte, que disputa que dor é mais importante, quando um simples consolo bastasse, uma simples palavra amiga, ou simplesmente o silêncio bastasse, quem somos nós nessa sociedade, o que passa por cima da dor do outro, ou o que não precisa sentir a dor do outro, estar no lugar para se solidarizar?
Que no nosso vocabulário tenha mais palavras como ajuda, generosidade, solidariedade, fraternidade, e principalmente amor, e que todas essas realmente sejam colocadas em prática!

Carina Silva
@carinamelhoresempre