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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

QUE COMO PROFISSIONAIS A GENTE NUNCA SE ESQUEÇA DE SER HUMANO

O quanto é importante ter empatia e amor no que fazemos, ter o cuidado de não perdermos a humanidade enquanto profissionais, de não nos esquecermos que ás vezes podemos impactar positivamente ou negativamente a vida de um cliente, de um paciente, um aluno, com o que dissemos. Que você por mais anos de profissão que exerça não se esqueça que pessoas novas estão passando e saboreando pela primeira vez algo que você já vil milhares de vezes. Que você como professor (a) nunca se esqueça que por mais que passaram centenas de alunos, e ás vezes pra você é só mais uma criança, um adolescente, para aquela vida é o início do aprendizado, do conhecimento, da descoberta de tantas ciências, da sua formação, da sua educação... Que você como médico, enfermeira, não se esqueça que por mais que milhares de pacientes já passaram pelas suas mãos, pode ser a primeira vez que alguém tenha uma fratura, receba a notícia de uma doença, que aquela pessoa tem uma vida, uma história, uma família e dependendo como você da uma notícia ou como o trata impactará em toda sua trajetória..
Que você como vendedor, vendedora não se esqueça que aquele vestido que pra você é mais um vestido, pode ser o vestido de formatura daquela menina que tanto sonhou em se formar, daquela mãe que ia pra escola com um caderno embrulhado num papel de pão e hoje pode ter orgulho de dizer que tem um filho graduado, e quer o vestido mais radiante para acompanhar aquele dia tão especial... e porque não aquele vestido pode ser o vestido do primeiro jantar na casa da sogra, do primeiro jantar com o seu futuro esposo? Que você como técnico esportivo, técnico de dança, professor de música, de artes, não se esqueça que um não que você da para um jovem pode cortar a esperança de uma vida toda, não perca a generosidade e não esqueça as origens mesmo depois de ter conquistado o auge, porque tem alguma criança que um dia foi igual a você esperando uma chance para mostrar seu talento, vendo na sapatilha do ballet, na chuteira do futebol, na encenação, nas passarelas a oportunidade de trazer uma vida melhor pra suas famílias.
Que você como garçom, chef de cozinha, recepcionista de balada, não se esqueça de que a noite daquela pessoa pode ser a noite mais importante de sua vida, que de repente aquele homem que você está atendendo vai receber a notícia que será pai do seu primeiro filho, que aquele casal está comemorando 35 anos de casados, ou que aquela moça acabou de descobrir que foi traída depois de um namoro de 8 anos prestes a casar, com seu apartamento comprado, e viu os sonhos desmoronarem...
Não seria mais fácil sermos humanos, atendermos melhor, ensinarmos melhor, consultarmos com mais humanidade quando a gente entende que o que pra gente é banal, trivial, para o outro vai marcar toda uma vida, uma história, um dia, e que a maneira como você o tratará poderá encher aquela vida de esperança, de alegria, de vivacidade, como pode devastar, desencorajar? O segredo é sempre pensar o como você gostaria de ser tratado, o quão melhor um atendimento, uma fala, um gesto pode ser... Entender que um sorriso cordial muda tudo, ás vezes apenas ouvir é o suficiente, e que o respeito cabe em qualquer situação. Não tenho dúvidas de que quando a gente coloca humanidade no que fazemos, o amor brota, aí todo o resto é consequência, porque quem faz as coisas com e por amor, faz de verdade, faz com vontade, e entrega para o outro o zelo, o respeito, o cuidado, a atenção, e o seu melhor.
Só faz sentido nossos títulos se eles estão a serviço do bem comum, se esses impactam positivamente vidas, se esses fazem a diferença, diplomas e carteiras assinadas há milhares, mais profissionais de verdade contamos nos dedos, não é hora de você mudar esse número e também fazer a diferença?

(Carina Silva)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

REALMENTE PARA REFLETIR

Ah que 2019 estranho, cheio de imprevistos, adversidades, situações as quais nos sentimos impotentes, em tão pouco tempo tragédias de repercussão nacional, aquela sensação que todo mundo fica: meu Deus será que para por aqui, ou vai ter mais, se começou assim o que virá pela frente?! Eu com a minha velha e ainda acho boa mania tenho o hábito de refletir sobre tudo, de vagar os pensamentos por essas questões e tentar tirar lição de tudo isso, mesmo que esteja ligado diretamente ou não a minha vida.
E quais as lições que ficam diante desses fatos? Fica a lição de que essa vida é realmente passageira, que a gente controla muita coisa, mas não controlamos o tempo, o vento, as tempestades, a lama, mas que como bons cidadãos podemos fazer nossa parte pra diminuir todo esse efeito estufa, sendo mais conscientes, mais corretos ambientalmente, respeitando mais a mãe desse lugar, e aí quem sabe menos pessoas morrem em desastres naturais. Como cidadã fica a lição de não sermos omissos nos lugares onde passamos, a gente deve se importar com as leis de segurança, de vigilância, e fazer algo tão pouco feito no Brasil a prevenção e predição das coisas, sempre estamos trabalhando no efeito, é preciso meninos morrerem pra ser feito como se deve o trabalho de investigação, pra uma empresa ser autuada, quantas mais centenas de pessoas precisam ir lama abaixo pra cobrarmos medidas cabíveis dessas empresas irresponsáveis, quantas comunidades precisam ser devastadas pra prefeitura, o governo cuidar de verdade de seus moradores, e entender que eles fazem parte de um abismo social criado por toda corrupção que culmina nessa desigualdade?!

Como ser humano fica a lição de que hoje é o irmão, a mãe, o filho, o sobrinho, a namorada, o marido, o amigo de alguém distante que foi levado por essas tragédias, um repórter querido que caiu de um helicóptero, mas que podia ter sido qualquer pessoa perto inclusive eu sem ter dado adeus prévio. Quantas tragédias precisam acontecer para de fato valorizarmos a vida, as pessoas que amamos, e pararmos de achar que estarão lá eternamente, nem sempre teremos tempo de dizer adeus, nem sempre conseguiremos dizer há tempo o quanto o amamos, passamos a vida olhando aquilo que as pessoas não fazem e esquecemos de valorizar tudo que fizeram, vamos mesmo esperar perder pra dar valor? 
Quantas tragédias precisam acontecer para valorizarmos nossa própria vida, pra entendermos que enquanto há respiração há a chance de um novo começo, de um recomeço, de um novo amor, um novo emprego, de não precisar mudar nada mas mudar o olhar por tudo aquilo que possui e pouco valorizou... A vida é agora, a vida nunca será o depois, o efeito, a tragédia, quando isso acontece não há mais o que ser feito, mas quando tudo isso se passa há a oportunidade de fazer diferente para a vida que ainda existe, seja a sua, da sua família, dos seus amigos...
Não deixe pra depois o que pode ser feito hoje, e não espere perder para valorizar, valorizar é um ato de amor, as flores no caixão são apenas resquícios de algo que podia ser feito em vida. Afinal quantas flores você para alguém que estava vivo, e quantas precisou a morte chegar para entregá-las?

(Carina Silva)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

O QUE TODO MUNDO QUER?

Ando pensando sobre a necessidade que temos de ter alguém pra dividir a vida, as histórias, venho refletindo do porquê que por mais que a gente tente se bastar sozinho é tão difícil, e nessa reflexão toda compreendi que passamos um período de 9 meses, 7 ou 8 para alguns ou até menos nas barrigas de nossas mães, e o quanto já li sobre a criação do hábito, quantos especialistas não dizem que é preciso 21 ou 30 dias consecutivos de uma atividade sendo feita interruptamente para o hábito ser formado, será que não está aí o segredo? 9 meses foram suficientes para criarmos o hábito de nos sentirmos protegidos, seguros, cuidados, afagados, amados...
Em 9 meses sentimos que podia estar o caos que estivesse lá fora que ali dentro estávamos seguros, que nossa mãe poderia passar o que passasse que nosso alimento viria, nosso sono estaria garantido, e que a gente poderia dividir com ela tudo, e não é isso que no fundo no fundo buscamos? Estar com alguém que nos dê a sensação de estarmos protegidos, seguros, amados, alguém que cuide, alguém que o mundo pode estar desabando mas que quando está junto parece que o tempo para?

Observo muito as pessoas, e inclusive a mim mesma, e não importa a opção sexual, não importa a conta bancária, a idade, o sexo, esse anseio é o mesmo, não importa se são dependentes ou independentes, não importa suas profissões, todo mundo quer alguém pra dividir as histórias, todo mundo quer alguém que você possa ser você mesmo, que vai gostar de você mesmo com todos seus defeitos, alguém que vai dividir mesmo quando o mundo pede pra subtrair.
E no fim de tudo eu presumo que o amor materno é na verdade o amor universal, o amor de verdade, incondicional, aquele que a gente busca em todos os sentidos da vida, e Deus na sua infinita sabedoria nos deu ele assim que nascemos para nunca nos esquecermos que é esse amor que merecemos, que esse amor é possível, que é esse zelo, esse carinho, e esse cuidado ao qual merecermos ser tratados, e também o qual devemos nos espelhar.
Fácil encontrá-lo? Não, mas possível, que a gente reconheça no outro essa capacidade genuína de amar, e que a gente nunca se esqueça que esse amor um dia a gente conheceu, sentiu, e viveu, e que menos que isso não é amor, é conveniência.

(Carina Silva)