Vou fazer uma homenagem de um jeito um pouco diferente não
vou falar de como surgiu a cidade, o porquê do nome, nem nada, porque isso já é
um tanto trivial, quero contar qual o significado de Limeira na minha vida, e
como eu como jovem limeirense enxerguei e enxergo ela nesses 27 anos de vida
que tenho vivendo aqui.
Na minha infância eu não tinha o que reclamar de Limeira, na
minha época o Zoológico funcionava muito bem, tinha o Horto Florestal, tinhas
os parques e circos que vinham pra cidade, tinha os showmícios da vida, tinha a
FACIL que eu era fascinada por aquele evento, o Rodeio era um dos mais
conceituados, e eu tinha uma infância que se podia chamar de infância, com as
brincadeiras de criança, tinha o convívio dos meus amados avós, eh saudade,
nessa época eu tinha orgulho de Limeira e fazia as homenagens pra cidade nas
redações de escola, nos trabalhos e por aí vai...
E aí chega a adolescência, e eu que sempre fui agitada, já
me sentia um tanto diferente da minha geração, era uma insatisfeita em morar
aqui, dizia que quando me formasse queria me mudar de Limeira, se possível São
Paulo, porque achava que aquela loucura era o que combinava comigo, aquela
mistura de negócios, balada, lugar que se encontrava tudo que precisasse, que
tinha cultura, e nessa época até a entrada dos vinte eu vivia na Limeira
considerada uma fazenda iluminada, vi várias boates fecharem desde a Weekend,
Next, Bombatta, La Lune, First, Pale Beer, The Club, Touch, e tantas outras,
fora os bares, e aquela fama que em Limeira nada ia, aquilo me indignava, uma
cidade que não tinha um parque, não tinha uma balada pra se divertir, não tinha
uma universidade estadual, e avenidas? Nem avenidas tínhamos direito, e por
falar em avenida quem já não teve a época de andar de cima para baixo na
avenida Rio Claro com aqueles carros todos parados com som, que era a grande
diversão do fim de semana...Ahhh era demais pra minha cabeça aquelas cenas,
aquela falta de esperança.
Foi então que de fato eu me mudei, fui morar em Curitiba a
trabalho, a cidade que tinha tudo, tudo que Limeira não tinha lá tinha, em
termos de estrutura de fato seria incomparável mesmo porque Curitiba é uma
grande capital, mas mesmo tendo tudo isso pra mim faltava o principal: o calor
humano, aquela sensação de me sentir em casa, aquilo que só notei quando estava
lá, o jeitinho de falar tudo no diminutivo que nós do interior temos o hábito e
nem percebemos.
Ah toda vez que pegava a Anhanguera ou a Bandeirantes pra
sair de Limeira meu coração apertava, e cada vez mais eu sentia falta do lugar
que não dava o menor valor, lembro que ao passar dos meses quando eu via a
placa de Limeira na volta de Curitiba, meu Deus que felicidade, parecia que
Limeira era o melhor lugar do mundo, e de fato eu começava a descobrir que Limeira
deveria ser o melhor lugar do meu mundo, pois aqui moram as pessoas que mais
amo na vida, minha família, meus amigos, aqui que conheci meus grandes
professores, aqui que por onde passo as pessoas me conhecem, ah e quando eu
voltava de Curitiba um dos lugares que eu tinha que primeiro ir era no tão
querido e sobrevivente Bar da Montanha, pra me sentir em casa, chegava lá e me
sentia parte do ambiente, as pessoas me conheciam, como isso faz diferença, aqui
que iniciei minha história.
Hoje fico muito feliz porque agora tem uma UNICAMP, e ainda
está vindo o curso de Medicina, agora tem várias avenidas, e isso pra quem
dirige bastante sabe que faz uma diferença, hoje tem mais de dois bares pra se
frequentar, e graças a Deus estão sobrevivendo, tem mais restaurantes
diversificados, tem o Parque da Cidade cheio de eventos culturais, e temos um
polo industrial muito bom, é claro que por causa do meu jeito ainda há coisas
que não batem com a minha personalidade como essa mania provinciana das pessoas
só te conhecerem pelo sobrenome, e isso aqui ainda fazer tanta diferença, gostaria
que aqui tivéssemos uma mente mais aberta, não ficássemos apenas no nosso
mundinho, que déssemos mais valor para a diversidade cultural e social, mas sei
que como eu vi muita coisa já se modificando, sei que a cidade está em
crescimento, está evoluindo.
Mesmo algumas vezes insatisfeita, aprendi que devo sempre
ser eternamente grata a essa cidade, por tudo que já disse, e porque também
ajudo a construir parte dessa história, e ainda quero ser um dos limeirenses
que possam ser referencia para outros limeirenses.
Que Deus abençoe cada vez mais nossa cidade, e que assim
como o pé de laranja lima, Limeira continue dando bons frutos!
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