Cada ano que passa aprendo o quanto nem tudo que parece é, e que julgamentos não servem de nada que não seja para quebrarmos a cara.
Quantas vezes julgamos as pessoas sem se quer se preocupar qual é a história delas, de onde vieram, qual educação tiveram, se tiveram educação...
Quantas vezes julgamos a vida do vizinho e esquecemos de limpar as nossas vidraças?
Quantas vezes achamos que a vida dos outros é mais fácil, que a grama do vizinho de fato é mais verde, e com meia hora de conversa ficamos pasmem ao ver quantos desafios eles enfrentam...
Quantas vezes não julgamos as pessoas pelas roupas que vestem, pelo comprimento de suas saias, pelo chinelo que usa, e nem nos damos conta que as vezes quem está de burca pode ser tão pecaminoso quanto ou mais que quem está com uma mini saia...
Passamos a vida apontando os erros dos outros, passamos a vida olhando e julgando a vida alheia, o comportamento de tudo e de todos, e enquanto isso nossa vida vai passando e se perdendo nas nossas línguas e olhos afiados.
Acredito que um dos mandamentos mais sábios é esse não julgar o próximo, não sabemos de fato quem as pessoas são, o que passaram em suas vidas, muitas vezes elas agem como agem porque aprenderam assim.
Se colocar no lugar do outro é uma tarefa difícil, afinal é mais fácil criticar, julgar, dizer o que é certo ou errado, do que tentar compreender porque ela age como age, quantas vezes nós mesmos não falamos fulano pagou a língua, por que? Porque esse fulano geralmente viu a filha do vizinho e falava que ela não prestava e esquecia de educar a sua, e a sua filha estava lá saindo com todo mundo e ele nem percebia porque estava cuidando da filha dos outros.
A e aquela fulana que disse que odiava negro e acabou se apaixonando por um?
E o grande machista o mais hétero dos héteros que teve um neto homossexual e teve que se redimir?
Pois é temos muitos casos como esse, mas não é melhor nos conscientizarmos do que esperar para pagar a língua?
Quanto mais julgamos os outros mais nossa vida vai se afunilando, e menos enxergamos as próprias oportunidades que temos de sermos pessoas melhores. Vamos trocar cada julgamento por estender a mão a quem precisa de ajuda? Aposto que nossos dias serão bem mais ricos se praticarmos essa regrinha por mais desafiadora que seja!
(Carina Silva)
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