Ontem um colega indagou: “E quando terá a Consciência Branca”,
eu espero que nunca, que nunca mais tenhamos que na história separar um dia
para comemorar, refletir, sobre uma raça, sobre uma cor, porque se isso foi
necessário é porque um dia e pra muitos até hoje existiu essa falta de
consciência.
Para quem não é negro é muito fácil polemizar esse assunto, é
muito fácil olhar para a sociedade e quando acontece algo errado fazer aquelas
piadas isso é coisa de “preto”, é muito fácil chamar um negro de “de cor”, ou “moreninho”,
afinal da mais trabalho ter que engolir o preconceito velado e entender que a
maioria da população negra está atrás das grades e é minoria na escola, minoria
na televisão, minoria nas áreas vip´s da vida, porque houve por muitos anos uma
discriminação, e uma separação declarada, e por milhares de anos os negros se
arrastaram por correntes, pelas vassouras, pelos pés descalços, tiveram que
provar que capoeira não era luta de bandido, tiveram que provar que samba não
era música de vadio, e hoje pra serem respeitados o tempo todo tem que provar
pra sociedade que são bons, ou tem que serem sempre os mais engraçados e
virarem piada na roda de amigos, ou tem que ser os milionários jogadores para
serem vistos e respeitados.
Um negro comum não pode ser comum, não pode ser sério, não
pode ter altivez, não pode ser tímido, tem que sempre cumprir o papel que a
sociedade escolher e não o papel que ele bem quiser.
Queria muito um dia não precisar mais escrever, falar,
refletir sobre isso, queria muito viver numa sociedade que quando falássemos sabe
aquela moça negra, assim como falamos, aquela ruiva, branca, sem o menor pudor,
queria muito um dia ligar a TV e ver que há mais Glorias Marias, mais Joaquins
Barbosa, mais Miltons Nascimento, mais Taíses Araújo, mais Oprahs, queria um
dia chegar nos MBA´s da vida e ver salas mais coloridas, queria ver uma
sociedade que nas famílias quando um negro fosse apresentado como namorado (a)
ninguém se espantasse como se aquilo fosse um crime.
Se alguém achar que eu estou exagerando, pergunte a um negro
que tenha um filho dois tons claros como é as pessoas ainda perguntarem se é
babá, pergunte a um negro como é ser chamado de moreno, pergunte a um negro
como é ainda disputar um emprego, pergunte a um negro como é andar nas ruas a
noite e constantemente acharem que é bandido, pergunte a um negro como é ser
visto na televisão apenas como empregada ou passista de escola de samba. Se
mesmo assim lhe faltar consciência não pergunte mais nada, cale-se na sua
própria ignorância peça a Deus ao menos um pouco de compaixão e empatia.
“QUE A CONSCIÊNCIA SEJA DA COR DO ARCO-ÍRIS E TRANSPARENTE
COMO A IGUALDADE”
(Carina Silva)
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