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terça-feira, 30 de junho de 2015

ANA GOSTA DE JOÃO, QUE GOSTA DE JÚLIA

Eis que quando eu era criança lembro que tinha um poeminha que era algo assim: 
Ana gosta de João, que gosta de Júlia, que gosta de Felipe, que gosta de Teresa, que gosta de Pedro, que gosta de Ana... E agora adulta não leio mais esse poema, mas vejo esse poema todos os dias estampado nas falas, nos olhares, nos gestos, nas atitudes de milhares e milhares de pessoas que vagam por aí a procura de um amor correspondido...

E não sei se é um masoquismo emocional que temos em nós, mas já repararam como gostamos de quem não gosta da gente? É lindo ver casais que verdadeiramente se correspondem no olhar, na cumplicidade, mas é cada vez mais raro, não só temos diversos solteiros vagando solitários, como também vários casais que não se pertencem.
Pudera que o poema sempre fosse Ana gosta de João que gosta de Ana, Júlia gosta de Felipe que gosta de Júlia... seria tão mais gostoso, menos sofrível, menos doloroso, menos traumático, mas talvez essa seja uma lição que todos temos que passar para valorizar quando aquele que de verdade corresponder bater em nossas portas. Ah mas vai bater em nossa porta? Certamente não, talvez a gente encontre se esbarrando, talvez a gente encontre por acaso, talvez a gente se reencontre, talvez a gente se descubra, uma vez ouvi de um sábio pastor chamado Justino: ninguém nasce pronto, algo que me marcou muito, e de fato Ana e João nenhum nasceu pronto e terão que se complementar, se descobrir, se reconhecer diante do exercício da convivência, mas pudera que todos antes de partir tivessem pelo menos por um dia a certeza ou o gosto de serem correspondidos, de darem amor e ele voltar como um bumerangue trazendo amor de volta mas para a mesma pessoa a qual você lançou e doou o seu amor.

(Carina Silva)


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