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quarta-feira, 5 de agosto de 2015

IARA GALZERANI: UMA MULHER QUE TRANSFORMOU SEU SONHO DE ADOLESCENTE EM REALIDADE

Iara Galzerani deixou a carreira de professora, decidiu apostar num sonho que tinha desde a adolescência, abriu seu negócio num ano considerado de crise econômica, inaugurou a loja mesmo com sua rua e as proximidades interditadas por causa de uma obra municipal, não deu ouvidos para os que a consideraram louca por largar tudo e recomeçar, uma mulher que fala francamente o que pensa, encara as coisas sem esperar pelos outros, que superou a si mesma tendo que encarar a realidade da vida em momentos cruciais, exemplo de coragem, de uma pessoa que sai da sua zona de conforto aposta nos seus sonhos, aposta no que acredita mesmo quando tudo que está em volta não lhe incentiva. Tudo isso e mais um pouco é o que descobri numa entrevista que ela gentilmente me concedeu falando abertamente sobre tudo que pensa e passou para materializar o seu sonho, leia a entrevista e inspire-se nesse exemplo de que se você quer algo muito mais que pensar tem que ir lá e fazer e não esperar que os outros façam por você!

Iara é natural da cidade de Limeira SP, é formada em Letras pela PUC SP, casada e hoje proprietária da Malukas por Esmaltes uma loja como o nome já diz especializada em esmalte e feita do jeitinho que ela sonhava. Antes de se tornar empresária nome que ela ainda não está acostumada a se intitular foi telefonista em atendimento de emergência numa unidade de saúde, atuou como consultora de vendas de cosméticos, e professora em escolas públicas e particulares com participação em projetos como "Escola da Família" e "Pró Jovem" esses que foram os que ela mais gostou de ter participado enquanto lecionava.


Melhore Sempre!: Iara como surgiu a ideia da Malukas por Esmaltes?
Iara: Eu sempre quis ter um negócio, mas era uma ideia, sabe uma ideia que você não tem data, aí como em 2011 eu parei de dar aula eu coloquei na minha cabeça que a partir dali eu ia fazer de tudo para conseguir colocar em prática a loja, porque eu já queria,  e até na adolescência eu sempre falava pra minha mãe, ai mãe porque que não existe uma loja só de esmalte, porque que não tem uma loja que tem um monte assim de esmalte, só que se você pegar da minha época de 15 anos quando começou a despontar isso em mim para hoje mudou muita coisa, mudou muita marca, hoje em dia a gama é infinita, cada mês tem uma marca nova, mas eu sempre pensava que eu queria uma loja que tivesse uma variedade grande e eu visse tudo exposto, só que não tinha, até hoje não tem, é separado por marca, claro como está aumentando a gama de marcas então você vai vendo que vai crescendo o espaço, mas não fica tudo exposto como eu gostaria de ver, então isso aí era uma coisa lá de trás. 
Me lembro que quando eu fui fazer faculdade em São Paulo tem uma loja lá de cosméticos que é famosíssima chama Ikesaki só que é uma loja enorme, tem até mais que uma unidade em São Paulo, mas a que eu conheci fica na Liberdade eu estava no primeiro ano de faculdade, tem três compartimentos: subsolo, térreo, e o primeiro piso, a parte de unha, cutelaria, claro que não tinha o tanto de marca que tem hoje, mas mesmo assim tinha bastante coisa, eu lembro que a primeira vez que eu fui, minha amiga quem me levou, a hora que eu vi aquela prateleira inteira de esmalte, falei nossaaaa, Miriam do céu você não podia ter me trazido em lugar melhor, eu pensei comigo eu quero uma prateleira dessa, quero uma loja dessa, e era uma loja imensa, só que era por marca, nossa aquele dia eu acho que quase tudo que eu comprei a maior parte foi esmalte, nessa hora foi que eu pensei que legal fazer uma loja que nem essa prateleira o pessoal ia até se perder nos esmaltes, mas foi uma coisa totalmente sem pretensão, mas eu fiquei maravilhada. Acho que a Miriam nem sabe disso que me marcou tanto, porque aqui não tinha e naquela época tinha  bem menos marcas que hoje e as marcas vendidas eram só as mais tradicionais, por ser cidade do interior tinha menos, meu olho brilhou, ainda cheguei e falei mãe você não tem ideia tem uma prateleira só de esmalte.


MS!: O que te fez deixar a carreira de professora? E quando foi o momento que você decidiu: não agora vou abrir minha empresa?
Iara: Quando eu falei esse é meu último ano na escola, não quero mais, não da mais pra mim, estava perdendo minha saúde, estava perdendo minha vida, eu não tinha mais vida, eu trabalhava de manhã e tarde ficava quase louca, ficava estressada, não tinha tempo para mais nada, e trabalhava na escola do estado nessa época, e professor não ganha bem, decidi que eu ia abrir em 2011, até eu conseguir concretizar estamos em 2015, eu sabia o que queria mas até conseguir me movimentar para tudo isso demorou, até comentei com o Cleber (marido) na época, tomei uma decisão esse é meu último ano na escola, eu não estou aguentando mais, eu não quero saber agora eu vou fazer a loja, vou montar um negócio nem que não fosse exatamente como é, claro que eu queria uma loja de esmaltes, eu falei estou cansada vou mudar de vida não aguento mais, aí eu decidi, daí até você fazer tudo e tal demorou um pouco mas eu concretizei o que eu queria, tanto que tem pessoas que me perguntaram até antes deu abrir: você está feliz? Você está contente? 
Mil perguntas, mas você queria isso mesmo, você não tem medo de ter um negócio? Porque negócio é complicado, aí eu respondi o seguinte: eu estou realizada dando certo ou não, porque o que eu mentalizei eu materializei, então pra mim claro que eu quero que a loja dê certo, que eu quero que vá bem, que eu quero ver a loja crescer, ficar conhecida, mas é uma coisa que eu já me realizei, porque às vezes a pessoa não só em relação a um negócio não, em qualquer área da vida, fica mentalizando, pensando anos e anos que ela quer fazer aquilo seja um negócio, seja uma viagem, seja uma realização pessoal, seja um curso, sei lá, um fato de você caminhar uma hora por dia, ás vezes a pessoa tem uma meta, e não consegue concretizar e ela fica anos a fio, passa a vida e não consegue concretizar aquilo, então pra mim eu consegui, eu já me realizei, pelo menos uma parte, claro que tem muitas coisas que eu quero complementar até aqui, porque eu tenho bastante marca, mas cada vez surge mais.


MS!: Você já sofreu ou sentiu preconceito por parte das pessoas que viam você como professora e depois como consultora de cosméticos? Como lidou com isso?
Iara: Muito, “a você saiu? Você é uma louca, onde já se viu abandonar o estado, está certo que não ganha bem, mas você é louca. Vai fazer o que da vida? Vai ficar desempregada? Você não tem medo de precisar de dinheiro e não ter? Até teve um professor quando eu decidi que eu não ia mais dar aula, acho que ele nem sabe que eu estou com a loja porque só trabalhamos um ano juntos, mas ele até comentou “olha eu sou professor eu não gosto, mas comércio eu não quero nem pintado de ouro”, e o comércio você atende todo tipo de pessoa e eu sei porque minha mãe teve loja, então você vê de tudo, mas na escola eu vi coisa trinta mil vezes pior, então pra mim isso aqui está sendo light, está sendo super tranquilo até, porque você vê cada coisa na escola que em 30 anos que minha mãe teve comércio eu nunca vi, por mais que você ofereça um serviço, seja um produto, ou seja uma coisa terceirizada, você tem que lidar com o público, mas na escola tem 40, cada um pensa de um jeito, cada um é diferente, tem sempre um doido que quer fazer alguma coisa, na minha sala tinha uns doidos que ás vezes queriam me enfrentar, eu mexi com adolescente, pré adolescente, com pessoas carentes de certa forma, tanto o carente quanto aquele que tem dinheiro e está na escola particular e fala pra você que paga o seu salário, eu mexi com tudo isso, então eu vi os dois lados.
Tem gente que falou a agora você só vende Natura, a mais o que você é, tipo querendo dizer que eu não era nada, qualquer pessoa que tenha um diploma ela exercendo ou não ela tem aquela qualificação não interessa se ela está exercendo, se ela está numa rede de sombra e água fresca, e eu não estava assim, mas as pessoas ficam muito em cima, perguntando, julgando, apontando o dedo, no começo eu fiquei um pouco assim sabe, mas depois eu fiquei tão de saco cheio de ouvir aquelas coisas, que comecei a dar resposta, eu aguento um tempo mas depois chega uma hora que eu não consigo quando eu vejo já falei, porque as pessoas apontam muito o dedo só que ninguém paga as contas da gente, se você algum dia precisa de uma ajuda seja emocional ou financeira não aparece ninguém para te dar, só aparece pessoas para te julgar e apontar o dedo, então por isso que eu não dei mais bola. Quando começava o comentário eu falava tenho orgulho de fazer o que eu faço, porque eu estava me sentindo envergonhada na escola, mas não pelos professores em si, mas pela situação que eu estava, super corrido pra mim, não tinha mais saúde tomando calmante para dormir, sonhava, tinha pesadelo com aluno, eu não desligava, eu ficava naquela pilha, então para mim ter saído mesmo eu ficando só sendo consultora, ou mesmo que eu não tivesse a loja, para mim estava ótimo, eu tirei aquilo que me fazia mal, eu não estava nem com pique para comer mais, cheguei numa época que o stress fazia assim (estralar) estourava, aí eu vi que não era pra  mim mesmo.


MS!: E depois que abriu sua empresa isso mudou?
Iara: O julgamento tem, como hoje mesmo eu tendo a loja tem também, muitas vezes a pessoa não diz as coisas para você mas fica nas entrelinhas, você percebe que as pessoas não apoiam, mas isso eu já sabia tanto que antes de inaugurar aqui eu não contei para ninguém que eu ia abrir a loja, justamente por isso, e depois que eu abri e souberam que a loja é minha, eu já escutei tanta coisa, mas tanta coisa. A pessoa pergunta se está vendendo, se não está, gente se eu quebrar ou se eu for pra frente alguém vai me ajudar? Em ambas situações, não. 
Quer dizer qual a preocupação da pessoa se eu realmente estou faturando  um milhão por dia ou um real, ou se eu não estou faturando, mas isso é para julgar, a pessoa na sua frente fala que está te apoiando, mas nas entrelinhas pelo comportamento você percebe que não está. Eu cheguei a seguinte conclusão você sendo milionário ou morando debaixo da ponte o julgamento sempre vai ter, então por isso que a gente não pode se basear na vida nisso, porque senão você vai dar bola para o que o outro fala você não faz nada. Por isso que antes de concretizar as coisas eu nem falo para as pessoas mas não é porque eu não quero, porque eu quero esconder, como aconteceu isso com a loja muita gente me falou porque eu não contei da loja, tudo isso é julgamento, só que se você conta já vem tanta carga em cima de você, se você não tiver uma estrutura boa você desaba, se eu fosse dar bola para tudo que eu escutei aqui, eu já tinha fechado essa porta. Tanto de pessoas que vieram e perguntaram se eu não tive medo por conta da crise do país, e tanto por pessoas que falaram porque você não derruba tudo e aqui você faz unha, aqui faz cabelo, lá você faz isso e aquilo, pega um esmalte de cada marca, e deixa para a pessoa provar, só no nacional eu tenho 22 marcas, de cor tem 568 tonalidades você imagina se eu pegar cada um, e deixar de provador, eu não tenho nem espaço aqui para isso, nem loja de experimentação que tem em outros países não faz isso. Você quer dar uma sugestão, falar de uma técnica nova de unha, eu estou aberta, eu pesquiso, mas se você falar coisas que são inviáveis...


MS!: E o que teve de mais gratificante nesse processo até abrir a sua empresa?
Iara: Me elogiaram, falaram que eu fiz a loja bonita, a decoração legal, como eu fiz esmalte por cor, eu fiz uma coisa diferente que não tem, realmente a gente não vê, que eu não fiz por marca, já passou aqui o dono do Maverick (bar conceituado na cidade) antes de inaugurarmos e perguntou para o Cleber se era franquia aqui, porque achou que ficou padrão franquia, perguntaram onde fiz meu logo, porque o meu logo fez sucesso, ninguém falou sua loja está feia, nessa parte eu só recebi elogio, tanto da pessoa mais chata para aquela mais legal ou daquela que mais julga.


MS!: Você é formada em Letras não tem uma base de Administração e nem em Marketing, de onde veio conhecimento para abrir o negócio e criar todo esse conceito?
Iara: Como eu sempre quis ter negócio eu sempre pesquisei muito essa área, há 5, 6 anos quando alguém tocava num assunto de franquia eu prestava atenção, sempre gostei muito e até tinha a intenção de abrir uma nesse segmento ou até não que fosse esmalte, mas que fosse segmento de beleza, porque a franquia ela já tem um nome, tem uma marca consagrada, então, é a mesma coisa que  pegar um McDonald´s vamos usar como exemplo, você fala McDonald´s a pessoa já sabe o que é, já sabe o conceito, já tem uma marca consagrada, aquilo já está estabilizado, do que você começar do zero, eu até pensei muito nisso, mas isso bem antes deu tomar a decisão de abrir, sempre pesquisei muito marca, tipo de franquia, investimento que precisava, capital de giro, investimento inicial, quanto custa aquela marca, por conta própria, Internet, em sites, tanto que a maioria dos sites de franquia recebo email porque sou cadastrada, sempre pesquisei não só na parte de beleza mas também de alimentação, outros segmentos. Por exemplo O Boticário tem quatro marcas, para mim isso é um exemplo que eu tenho que seguir, porque se o cara está com quatro marcas quer dizer que ele não é ruim, ele é bom até demais, porque você pegar quatro segmentos, quatro públicos diferentes, claro que as últimas são mais recentes mas é uma marca que está crescendo e ele se formou por franquia.
Eu também morei em São Paulo com uma moça que era publicitária a Rúbia, a gente conversava muito, ela sempre comentava que ela gostava de escrever, querendo ou não Letras não deixa de ser comunicação, quando ela falava de propagandas de coisas que ela desenvolvia na parte de criação eu sempre me interessei, ela ficava discursando e eu acabei meio que por osmose aprendendo, aí bem depois que eu saí de lá, que me formei, vim trabalhar, fiz um curso de Redação e Criação Publicitária no Senac, mas não foi uma coisa profissional, era um curso livre que você poderia ser da área da saúde e fazer, tinha certificação, então você acaba aprendendo por cima como você cria um nome, como faz um anúncio, um briefing, essa parte do  briefing eu até sabia de tanto a Rúbia falar, vendo ela desenvolvendo alguma coisa, ela até discutia algumas coisas comigo pedia opinião e era uma coisa que eu gostava.


MS!: Qual a melhor sensação de trabalhar com cosméticos?
Iara: A melhor coisa é você saber e ter acesso tudo antes, no caso eu tinha depois, tinha pelos blogs, mas não sabia antes daquilo que ia lançar, hoje eu compro esmalte, porque na verdade é um catálogo imenso de coisas, normalmente você não tem acesso a coleção toda, hoje eu tenho, você pode até não colocar para vender mas você sabe que tem, tanto é que me surpreendi com algumas marcas coisas que eu nunca vi aqui e tinham, que eu nunca vi para comprar, como a pessoa (lojista) escolhe então ás vezes ela escolhe o que sai mais, ou o que ela acha que tem mais público, lógico ela tem que pensar no negócio dela também, não é uma crítica.


MS!: E que cor de esmalte não pode faltar na sua prateleira?
Iara: Sempre as básicas, hoje em dia a gama de cores é infinita está na moda as cores mais fortes mas sempre tem aquele público que vai no tradicional, então se eu não tiver o branquinho, o renda, a pessoa muitas vezes não vai comprar, porque muitas vezes ela entra para comprar um renda aí ela compra outro. Tanto é que o primeiro esmalte que eu vendi foi o renda, a primeira cliente que veio no dia da inauguração eu nem conhecia ela ficou sabendo por uma outra pessoa, ela comprou só clarinho.


MS!: O público feminino é exigente? O que você mais aprendeu lidando com elas?
Iara: É sim viu, por mais que você tenha um padrão franquia ou o que for, você pode ser a pessoa mais famosa nessa área você nunca satisfaz todo mundo, nem Jesus Cristo satisfez, nem dinheiro satisfaz ainda tem gente que fala que não gosta, então é complicado. Eu achava que eu era enjoada mas tem gente que me supera, eu estou sentindo na pele talvez o que eu fazia para as pessoas das lojas, porque como eu sempre gostei muito de esmalte conhecia muita marca, então eu chegava por exemplo numa loja de cosméticos tanto grande como numa pequena, a você tem tal marca? A pessoa não, você tem tal coleção de tal marca? Nem sei, nem vi, nem sei de que coleção você está falando, muitas vezes eu ouvi isso e eu já chegava lá querendo a coleção.
É claro que hoje com a loja eu sei que muitas vezes não é nem culpa da loja, porque é assim as marcas lançam, primeiro tem toda a divulgação em cima disso, como hoje blog está muito em alta e realmente faz a venda da marca porque muitas pessoas se baseiam na opinião das blogueiras hoje em dia etá muito em alta isso, mais do que há 3 ou 4 anos que é um tempo curto, mas cada vez mais elas estão formando opinião, então o que as marcas estão fazendo, ás vezes elas fazem até um kit diferente que você não acha, você como lojista não tem aquele kit para vender, você tem só as cores, fazem aquela coleção de 9 cores, aquela caixa, faz um evento chama a imprensa, as blogueiras, e outras pessoas de lojas maiores, mas daí eles dão para as blogueiras antes, ela divulga, depois que o fornecedor vai ter aquele lançamento, então até chegar no fornecedor demora, e o fornecedor chega em mim depois, por isso que ás vezes a gente vai com aquela ânsia, hoje eu sei disso, antes eu não sabia, de querer comprar porque você já viu no blog, porque claro se eu sou blogueira e aquilo lá surgiu hoje eu vou fazer meu post no máximo em dois dias meu post está no ar, a pessoa vê ela fica fissurada ela quer na hora, eu tiro por mim, então eu não critico a pessoa que vem até mim falar, porque eu fazia isso, só que também ás vezes a loja não tem tantas marcas, isso não é só com esmalte não sei se é com todas as áreas mas com cosmético em geral o pedido mínimo nunca é barato, então você tem que desembolsar surgiu uma marca nova eu não sei ainda se vai ter aquela aceitação e então mesmo que a blogueira fale, você não sabe, ás vezes numa mesma franquia numa cidade sai tal coisa na outra sai diferente, eu passei pelos dois lados por isso que eu estou falando, você pensa vai ou não vai, pego ou não pego, eu também não critico a loja porque hoje em dia também enxergo o lado da loja, já aconteceu de pedirem e eu não ter, a gama de marcas é muito grande por mim eu traria tudo.


MS!: Aonde você busca inspirações?
Iara: Eu sempre fui atrás de marca de esmalte, de blog dessas meninas que mexem com beleza, eu sempre curti e acabava ficando por dentro, o primeiro blog de esmalte que eu curti chama Nós amamos esmaltes, se eu não me engano era de Brasília foi um dos primeiros na época antes não tinha tanto, esse foi um dos primeiros de esmalte, hoje você acha um monte, eu lembro que a moça mesmo fazia a unha dela e postava, e eu comecei a seguir e desse eu fui para outros. Uma pessoa que faz isso ela sempre tem que estar antenada, acaba aprendendo por si própria, porque ás vezes ela não fez um curso, uma técnica de tal coisa, mas ela tentou fazer nela e conseguiu, ás vezes você tenta tanto que acaba conseguindo, eu mesma sempre fiz minha unha até hoje eu não pago pra fazer, eu aprendi na marra. E também sempre gostei dessa área de negócios, apesar de ter feito Letras, acho legal quando a empresa começa pequena, eu gosto de histórias assim, porque para mim é história de superação, eu admiro uma empresa ou uma pessoa igual eu vi a história de um cara que ele estava sem dinheiro, sem casa para morar, numa situação muito precária, me marcou porque ele pediu R$24,00 se não me engano emprestado para o porteiro de um prédio para comprar remédio para  a mulher dele, com esses R$24 ele comprou uma caixa de bala e começou a vender na rua, aí ele dobrou o dinheiro da bala, comprou o remédio da esposa, depois com a parte que sobrou ele comprou outra caixa, triplicou o dinheiro aí pagou o cara, depois montou uma barraquinha de camelô, da barraca montou uma loja, da loja ele montou uma rede de franquias, é uma história de superação. Não é pra qualquer um isso, primeiro que ele teve que pedir emprestado, segundo para ele vender, não que vender seja difícil, porque muitas vezes o produto final não é tanto o que importa, você vende muito mais a ideia, vende um conceito, vende até um ambiente, por isso que ás vezes a exposição influencia muito, as marcas para criar um nome um conceito tem  todo um trabalho, tem muito profissional bom ali, mas para ele estar na situação que estava e conseguir fazer tudo isso a pessoa tem que ter muita coragem e cara de pau também, porque você vender na rua, tem que ser totalmente desprendida, desenvolta, não ter vergonha, porque se você for pensar na vergonha, você não faz nada.


MS!: Você se considera uma pessoa assim que não tem vergonha, que tem coragem?
Iara: Não 100% porque tem coisas que a gente fica meio assim, mas eu melhorei muito em relação a isso do que era, porque antes na minha adolescência eu ficava preocupada, mas na verdade a vergonha é preocupação do que o outro vai pensar, é só isso, é orgulho, por que fica ai não posso passar vergonha, não posso passar isso que aquele lá vai pensar isso, então eu não faço nada, fico na minha casa e mesmo assim tem quem fale, porque olha antes deu abrir essa loja eu nem saía de casa, saía só para fazer meus compromissos e voltava e eu já estava na boca do povo, então se você for pensar em vergonha você não faz nada.


MS!: E se pudesse agradecer alguém por estar aonde está, ou que de alguma maneira te ajudou quem seria?
Iara: O Cleber que sempre me deu força, embarcou na minha ideia sem hesitar e manteve segredo até concretizar tudo. Michele Pelegrini que me ajudou em dicas pra loja e alguns fornecedores, a Luciana Moreira conheci pela Eudora ela também vende e mesmo tendo loja de cosméticos, me prestigiou na inauguração e me deu dicas também dos produtos que vendem mais, com exceção dos esmaltes. Tem também o professor Hélio Couto pelos livros que me mandou, tanto de motivação e de como ter sucesso, quanto de física quântica e espiritualidade, tudo isso contribuiu de certa forma, a  Dra. Mabel Cristina Dias que sempre ouviu minhas dúvidas e me atendeu prontamente em tudo que precisei, e o Tiago Nonato que conheci na Escola da Família, ele é meu contador e me ajudou muito com a parte burocrática, essas pessoas que foram importantes de maior ou menor forma, direta ou indiretamente sendo em conhecimento ou dicas mesmo, essas pessoas são importantes pra mim e me ajudaram.


MS!: Você teve apoio dos seus pais para abrir um negócio, como eles viam isso?
Iara: Não sei se minha mãe gostaria de ver eu com um negócio porque ela ficou desgostosa com o negócio dela, mas segundo pessoas da minha família e pessoas conhecidas dizem que onde ela estiver ela está me aplaudindo, eu não sei se é verdade porque ela estava desgostosa, mas porque ela não evoluiu ficou naquilo é mesma coisa deu abrir uma loja hoje e daqui 30 anos eu estar da mesma forma, e ela ficou assim, muito também pelo meu pai que também nunca apoiou e ele falava que ia gastar a toa ficar investindo, porque qualquer melhoria que você faz envolve dinheiro, e você vai ter que gastar seja pequeno ou grande o gasto, seja um outro  produto que você vai querer oferecer, ou seja  uma reforma física, ou até numa publicidade, num logotipo, enfim, hoje em dia até o anúncio do Facebook o Patrocinado você vai pagar, então ela também não investiu nessa parte. Porque ela falava que como eu estava fazendo faculdade eu ia ter mais sossego, ter um emprego, porque um negócio é um risco que você corre, segundo que você não tem um salário fixo então você fica sempre com aquele valor, eu não posso contar com x por mês, porque tem mês que entra, tem mês que não entra, tem um que entra mais. Tem que ter muita coragem porque você não vai ter aquela coisa certinha, por mais que você seja uma franquia de sucesso ou você seja dono do Walmart, vai variar sua renda e você não tem 13º, não tem essas coisas, então ela falava pra mim que eu estudando eu ia ter tudo que ela não teve.
Até acredito que ela esteja contente, tudo que ela queria fazer na loja,  em termos de reforma, melhora física, eu fiz, tem a marca, ter um nome, minha mãe não tinha nem nome, ela ficou conhecida naquela época porque minha mãe chamava Antonia, todo mundo chamava de loja da Toninha, minha mãe nunca se preocupou com nome fantasia, e qualquer loja que você vê hoje por mais simples que ela seja, uma portinha, ela tem um nome.
Meu pai faleceu em 2011 e ela em 2006, e meu pai nunca quis que eu tivesse um negócio porque ele achava que negócio era um risco, e meu pai era muito medroso em relação a isso e a pessoa que é muito medrosa ela não serve para negócio, porque na primeira dificuldade ela cai, porque é muita oscilação, tem uma hora que você ta bem, tem hora que não está eu sei porque eu trabalhava com Natura, claro que é porta a porta e é completamente diferente não é um comércio aberto  mas querendo ou não tem pessoas que vivem disso, se você vive disso tem que controlar também, e mesmo que vai muito bem vai acontecer algum imprevisto, ás vezes você vai precisar dispor de um dinheiro que não estava em mente porque acontece alguma coisa, ele não era a favor por conta do risco, num emprego numa empresa tem a segurança, mas se não houvesse as empresas a gente não teria emprego porque se não tivesse alguém com vontade de empreender como iria ser, quer ter segurança que jeito, tem que se basear em alguém se não é emprego público é numa empresa,  emprego público não tem para todo mundo, se não for o empresário, alguém que mete a cara e vai e aí? Vou citar mais uma vez o Sílvio Santos, perguntaram porque você ficou rico Sílvio ele disse porque eu não estudei, porque se eu tivesse estudado eu tinha  arrumado um emprego e eu ia ficar naquele emprego minha vida inteira ou eu ia naquela área mesmo subir, mas jamais eu seria empresário, porque aí eu ia pegar uma área ia me especializar naquela área, e ia ficar, ele disse graças a Deus que eu não estudei, hoje eu tenho o SBT. E eu dou graças a Deus deu não ter dado certo na escola hoje, claro que assim ás vezes acontece uma turbulência na sua via você fala nossa porque que aconteceu isso comigo, eu não tenho sorte e você fica naquela, ás vezes a pessoa acha que não tem sorte, ou foi vítima, acha que a vida não está sendo justa, mas muitas vezes aquilo ali, mais pra frente você vai ver que tinha que ter acontecido, porque por exemplo eu só sou a pessoa que eu sou hoje, não estou dizendo nem quanto negócio não, estou dizendo como pessoa, porque eu passei por tudo que passei e eu agradeço até as coisas ruins que eu passei principalmente com pessoas, porque querendo ou não você aprende muito, você aprende até onde você pode ir, aprende como você  vai lidar, que jeito você vai lidar, você aprende levando porrada, você aprende muitas coisas, então ás vezes as coisas ruins foram até não melhores, mas foram boas, porque me ensinaram muita coisa, então eu não tenho queixas, ás vezes tem gente que fala ai eu tenho queixa porque na infância sofri isso e sofri aquilo, eu não tenho queixa nenhuma, eu não tenho queixa de nada que eu passei. claro que tem coisas que me deixam, me deixaram irritada, me deixam até hoje, mas eu não tenho queixas, ai porque eu passei por isso, porque fui injustiçada, não fui, foi bom o que eu passei, foi ótimo, ficar se lamentando pra que? Não tem porque, graças que eu passei por tudo que eu passei que hoje eu sou melhor enquanto pessoa.


MS!: Qual sua maior fonte de motivação?
Iara: Não é sempre que a gente está bem 100% mas até o Cleber fala que para me derrubar é difícil viu, a gente tem sempre que pensar para frente, porque se você for pensar em coisa ruim, ou pensar negativo, para te derrubar vem 50, aí para te levantar não vem nenhum, então você tem que agir por si mesmo, porque se eu fosse esperar de fora ou se você for esperar vir um estímulo de fora, claro que  tem coisas que estimulam a gente, até eu acho que se tivesse tido, não que eu estou querendo colocar a culpa na escola, mas até acho que se na minha visão, na minha experiência eu tivesse uma melhor resposta na escola talvez eu estivesse até lá, ou desenvolvendo alguma coisa lá, vai muito do respaldo que você tem, porque ás vezes você investe tanto numa  coisa que  você não tem respaldo, vai muito também do retorno, porque tudo também é uma troca, seja uma auto estima, ou um relacionamento, ou até um cliente chega aqui e sai satisfeito ou vice-e-versa, ou ás vezes também não sai como eu falei ás vezes você não agrada 100% todas as vezes, o que me motiva é eu acreditar em mim mesma. Você tem que seguir  aquilo que você acredita, porque se for depender do outro você não faz nada, você tira seu foco, e outra para ele pode ser que aquilo seja importante para você não, você é um indivíduo com particularidades, por mais que a gente viva em sociedade, cada um é cada um, claro que a gente compartilha mas o que pode ser bom pra você pode não ser pra mim, então ás vezes você fala assim vou fazer tal coisa aí eu falo ai não tem nada a ver com você, mas quem sou eu para falar que não tem nada a ver com você, quem sabe de você é você, então por isso que eu falo muito isso para a gente realizar qualquer coisa você tem que acreditar muito em si, se for pelo outro, e não digo nem conhecido não, pessoas da família mesmo você perde completamente o foco, você fica perdido, tanto é que naquela palestra que o Sílvio Santos deu perguntaram qual o segredo do sucesso sabe o que ele respondeu meu sucesso é seguir minha cabeça, não segui mulher, num segui filho, não segui vizinho, porque se não não fazia nada, eu segui minha intuição, o que eu achava que era legal, que ia dar certo, então ele está aí até hoje, quer dizer que não é mentira, tem um fundo de verdade isso, claro que não estou me comparando nem nada mas, se ele não tivesse motivação ele não estaria onde está, e a motivação eu acho que é nele mesmo, nas coisas que ele acredita.
Não adianta nada você estar podre por dentro e estar vendo uma coisa linda por fora, ou alguma coisa legal que tenha acontecido, o principal vem de você mesmo porque se você não tiver força de vontade você nem levanta de manhã.


MS!: Quem era a Iara há 10 anos, quem é a Iara hoje?
Iara: Olha eu acho que há 10 anos eu era mais imatura, tanto pelo fato deu ser filha única, sempre tive tudo na mão, claro que não sou rica, nunca fui, mas minha mãe tudo que pôde me proporcionou tanto material quanto na parte de afeto, e quando eu perdi minha mãe em 2006 foi um antes e um depois, até as pessoas que me conhecem falam que não sabem como eu superei tão bem, não sabem como eu amadureci tanto, que achavam que eu ficar numa cama e tal, porque eu amadureci muito então aquele invólucro, aquele círculo de proteção em todos os sentidos, qualquer coisa que precisasse ela estava ali, querendo ou não eu precisei me virar sozinha, claro que eu fiquei com meu pai também, mas meu pai não tinha aquela coisa nem próxima afetiva quanto a minha mãe de ficar muito em cima, claro que foi triste, mas não quero usar isso, mas foi um marco, porque muitas coisas eu vejo diferente hoje. Eu tive que me virar sozinha em muitas coisas, e eu acabei tendo que encarar tudo de frente, não só o fato dela ter falecido como emprego, vida, tudo, então hoje eu vejo que o mimo  que ela me deu não foi bom, se eu tivesse um filho hoje eu não faria o mesmo, pode ser até que eu esteja falando isso depois tenha e faça, mas não foi bom, porque quando você fica muito mimando uma pessoa a pessoa fica numa redoma, aí quando ela se vê sem nada, é horrível. Esse processo até você se dar conta e cair sua ficha é complicado no começo, mas para mim eu acho que eu amadureci mais, hoje eu penso de forma diferente, eu vejo muita coisa de forma diferente, até a relação de mãe e filho mesmo eu não tendo filho, eu vejo que tem coisas que até ela estava certa e tem coisas que também não, porque ela protegia demais.


MS!: Se puder dar um conselho ou dizer algo para quem está lendo o que seria?
Iara: Não busque apoio, busque em você, porque se você buscar apoio você não vai ter, você pode até ter um pouco mas você não vai ter totalmente, você que tem que segurar sua onda, se você não segurar ninguém segura, tudo bem claro que uma mãe, um pai, é ajuda,  pode até apoiar, tem pessoas que chegaram onde chegaram, até modelos, atrizes, pode pegar qualquer profissão que disseram que tiveram muito apoio da família tudo bem eu até concordo, mas por mais que a pessoa te apoie ela não está integralmente com você, ela pode até morar com você, mas ela não está 100% com você,  então se você não se apoiar em você, se for esperar aquele apoio fora você não vai ter, e se tiver não vai ser 100%, então você vai ter que ir por aquilo que você é.
Se você tem uma ideia, uma coisa que você quer, que você acredita, não dê bola pra ninguém, faça! Vai se movimentando pra fazer, porque como eu falei eu já vinha pesquisando a área muito tempo e ninguém sabe, tanto que acharam que foi de um dia para o outro, eu vinha pesquisando essa área há 3 anos, eu simplesmente fiz, porque quando você fala para as pessoas estou pesquisando "a isso não da em nada, porque você vai ver isso, tontice" então você não fala você simplesmente faz.
Dentro da área de cosmético o produto/área que mais cresce é esmaltaria e unha então vem tendo um crescimento muito grande 5 anos pra cá, o Brasil é o segundo maior consumidor de esmalte no mundo só perde para os EUA então foi por isso, claro eu já gostava não ia tirar o meu gosto se não fosse o segundo lugar, ficasse em outra classificação, então não abri de uma hora para outra á toa, não foi aventura, se não der certo vai ser por n coisas, mas não foi por uma imprudência uma aventura minha, porque eu também não ia investir em uma coisa que eu achasse que não ia dar certo, ou ai que legal isso vamos fazer, foi uma coisa pesquisada. Siga você, se você acredita não interessa o que falem, pode falar um monte pra você, pode vir cinquenta mil, dois mil, faça o que você acredita, porque se você acredita e coloca fé não tem quem te derrube, você vai, essa mensagem que eu deixo, vai em frente e faça, não fique nem perguntando nem esperando de fora, porque uma hora isso vai dar certo, vai emergir, repercutir, e aí as pessoas vão perguntar, se você fala antes vem um monte de crítica.


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