NÃO DEIXE PARA O FIM O QUE VOCÊ PODE FAZER DURANTE

Na madrugada de hoje vi alguns comentários no Face sobre a morte de um professor, pessoas questionando a causa de sua morte, no meio deles algumas dizendo que era depressão, e que o levou ao suicídio, entrei em sua página para ver quem era, e me deparei com diversos depoimentos sobre o quão ele era querido, várias pessoas chocadas com sua morte, várias declarações de gratidão pelo trabalho que ele havia prestado tanto como professor, como na causa que ele parecia tanto apoiar que era os animais. E aí me veio a reflexão: será que se esses mesmos depoimentos, essas declarações tão queridas, as demonstrações de afeto, de gratidão, de amor, de amizade chegassem a esse homem em vida, será que não o tinham livrado de tal fim?

A resposta nunca saberemos, nunca sabemos o que se passa na mente, e no coração de ninguém, mas a depressão é uma doença séria, que muitos ainda tratam como frescura, com banalização, uma pessoa com depressão geralmente sozinha não tem forças para superar, enfrentar por si só suas aflições, geralmente ela está presa a frustrações, a angústias, ao passado, e não consegue olhar para o presente como se deve, muitas sofrem caladas porque sabem que quase ninguém de fato está realmente preocupado em ajudá-la afinal quantos de nós perguntamos oi tudo bem e paramos realmente para ouvir o que as pessoas tem a dizer? Se a pessoa dizer não estou bem e querer contar o que se passa de verdade em sua vida ela é tachada e mal vista, e então muitas engolem e sufocam suas tristezas...

Essa vida infelizmente se foi, mas gostaria de que você que está lendo nunca deixasse passar a oportunidade de reconhecer as pessoas em vida, de dizer a elas o quanto são importantes, o quanto você é grato, elogiá-las, reconhecê-las. Criticamos tudo e todos com muita facilidade e sem o menor pudor, mas quando vamos elogiar, reconhecer, não fazemos ou porque somos ingratos, ou por termos medo de parecer bajulação, ou por descuido, e aí deixamos tudo para dizer quando as pessoas já não podem mais ouvir. Triste pensar que há mais flores num cemitério que nas nossas mesas diariamente, triste pensar que há mais visitas num velório que na casa dos seus pais, dos seus amigos, triste pensar que há mais reflexão no fim do que no durante, triste pensar que há mais abraços no funeral do que dia-a-dia nos nossos lares.

Quanto teremos que viver para aprendermos com a morte e com as dores desse mundo? Seja a vida na vida de alguém, leve luz, afago, afeto, palavras que enaltecem, o mundo carece de atenção, e esse mundo pode ser sua mãe, seu pai, seu irmão, irmã, esposo, filha, mulher, filho, amigo, colega de trabalho, e até mesmo você.

Não deixe para o fim o que você pode fazer durante!

(Carina Silva)