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terça-feira, 19 de maio de 2020

A INCOERÊNCIA DO SER HUMANO

O triste é saber que após a pandemia um jogador de futebol continuará ganhando milhões e um médico, um professor, um gari continuará não tendo o devido valor.
Nada contra futebol, muito pelo contrário sou extremamente a favor de todo esporte, acredito que o esporte traz disciplina, promove o espírito de equipe, a saúde física e emocional, esporte traz qualidade de vida, e também entretenimento, entre tantos outros fatores... e acreditem eu jogava futebol na escola e amava :), mas essa pandemia vai passar e sabemos que uma coisa não vai mudar: ainda incentivaremos e financiaremos o pagamento de milhões e milhões ao futebol e os médicos, professores, garis, e todos os funcionários e profissionais essenciais à subsistência humana continuarão com salários miseráveis, com salários injustos...
É triste pensar que continuaremos a pagar um preço alto para aquilo que não tenha o valor que se justifique... Mas a gente paga porque tem algo no ser humano que não se explica que faz gostar mais de notícia ruim que de boa, que faz os olhos brilharem pelo vilão e não achar graça no mocinho, que faz cultuar a fama sem precedentes.
Nossas paixões são contraditórias, queremos que nossos filhos sejam educados e terceirizamos a responsabilidade para a escola, e não valorizamos quem os ensina, queremos que os homens sejam cavalheiros, deem flores as mulheres, mas quando os homens são crianças ensinamos que ele não pode chorar, que ele não pode ser sensível, e aí cobramos sua sensibilidade, queremos que ele saiba que faz parte da casa e divida as tarefas porque também é de sua responsabilidade, mas jamais admitimos que um menino brinque de casinha, de fogão, porque achamos isso irá impactar sua masculinidade... 
Queremos que as mulheres sejam fortes, "achamos" graça nas frases prontas "mulher no volante perigo constante", mas as limitamos a brincar de boneca, porque se uma menina brincar de carrinho é estranho, não ensinamos que ela pode exercer a profissão que ela quiser... Se um filho disser que quer estudar música, cinema, quer ser ator, imaginaremos que ele vai ser vagabundo, e tratamos os artistas como vagabundos, e de repente numa pandemia uma das coisas que mais salvou o mundo foi a arte, nos livrando da loucura da solidão, do tédio, e da ansiedade...
Que incoerência somos nós, se nem o que parou o mundo foi capaz de nos parar, o que há de fazermos nós um ser humano melhor?

Carina Silva
@carinamelhoresempre

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