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segunda-feira, 1 de junho de 2020

ATÉ QUANDO?

1 de junho, como eu gostaria de vir aqui falar sobre "meu" mês, o mês do meu nascimento, das festas juninas, do friozinho, da cacharrel, da bota, dos geminianos, mas como falar de nascimento diante de tantas mortes? Como falar de festa diante de tanta calamidade? Como falar de roupas quando muitos não tem o que comer? Como acreditar no ser humano diante de tanta falta de humanidade?
Quem deveria proteger mata, quem deveria tranquilizar provoca o caos, quem deveria cuidar não tem mais forças, quem deveria se solidarizar se degladia, quem deveria estendar a mão está ajudando a abrir mais covas, quem deveria se unir e está se apartando...
As pessoas não respeitam se quer uma faixa no chão, as pessoas não respeitam quem está desde o começo dessa quarentena exposto ao risco e numa breve retomada todo mundo sai como se o mundo fosse acabar pensando nas suas próprias vantagens... Quando muitos choram as milhares de mortes outros estão brindando com seus champanhes, quando uns estão velando seus filhos que foram mortos por pura discriminação outros estão espalhando ódio através de comentários racistas nas redes sociais... Até quando? 
Até quando vai nos apertar o peito saber que não conhecemos as pessoas, e nos deparamos com um fanatismo, com uma intolerância exacerbada, que sobressai toda e qualquer humanidade? Que sociedade é essa que disputa qual morte é mais importante, qual causa é mais importante, quando deveria se unir pra sairmos logo disso tudo? Que sociedade é essa que está junta pra churrasco, pra cerveja, mas não se junta pra ajudar quem está do lado passando fome?
Até quando eu e você prevaleceremos nossa falta de humanidade, de empatia, de comoção pela dor do outro, pela nossa dor?
Apesar disso tudo não vou me cansar de compartilhar coisas boas, de falar daquilo que alimenta nossa alma, de enaltecer o bem, mas jamais me alienarei ao que acontece no mundo, dói, dói muito, eu acredito no ser humano, porque tem muita gente boa por aí, apesar de tudo mostrar o contrário, mas hoje respiro ofegante, meu coração aperta ao ver tanto egoísmo e ódio espalhados por aí...

Até quando?

Carina Silva
@carinamelhoresempre


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