Eu não sou contra procedimentos estéticos, cirurgias plásticas, nada disso, desde que tudo isso seja feito por vontade própria, por um desejo real de se satisfazer e não oriundo de satisfazer um padrão social, ou expectativas alheias. Infelizmente há um exagero pela estética, o Brasil é um dos países que mais fazem cirurgias plásticas, e infelizmente isso é gerado por um excesso de vida perfeita e padrão perfeito consumido.
Qual o problema em ter um nariz mais largo, mais achatado? Isso não está no nosso racismo estrutural que julga bonito narizes finos e pontiagudos, e logo quem não os tem sente a necessidade de fazer rinoplastia pra entrar num padrão? Qual o problema em ter bochechas mais sobressalentes? Será que todo mundo precisa fazer harmonização facial pra ficar com o maxilar quadrado e as bochechas mais finas? Outro preconceito velado por corpos mais rechonchudos? Qual o problema em ter lábios mais finos, delicados, peitos pequenos, bunda menor? Será que não são os vídeos pornográficos ditando o padrão da mulher gostosa, e rejeitando o que é diferente?
Aos poucos vamos ficando todos iguais, mesmos dentes, mesmos maxilares, narizes, bochechas, sobrancelhas, cabelos, corpos, vamos nos embonecando, e robotizando, é só alguém ficar mais rico ou famoso que já começam os procedimentos padrões de estética e cirurgias... Cadê a graça da diversidade, até quando nossas crianças olharão pra influenciadores, celebridades e não se sentirão representadas, e ficarão com traumas de não se encaixarem nos padrões, porque cada hora inventamos um?
Mudamos o molde, mas não o diversificamos, queremos que todo mundo se encaixe no mesmo, sendo que a beleza da vida está na diversidade: de cores, jeitos, pensamentos, formatos, curvas, sorrisos, narizes, covinhas, silhuetas... Que a gente pare com essa mania insana de nos desumanizar, estamos nos robotizando em todos os sentidos!
Que não seja tarde o tempo de enxergamos que o bonito mesmo era ser diferente.
Carina Silva
@carinamelhoresempre
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