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domingo, 19 de abril de 2020

AS CAIXAS E OS MOLDES

Gosto de poesia, gosto de ler, gosto de dançar, gosto de estudar, gosto de rir, gosto de rock, de funk, de axé, de jazz, de sertanejo, gosto de sambar, gosto de comida saudável e gosto de junk food, gosto de conversar e gosto de calar, gosto de me exercitar e gosto de maratonar séries, gosto de filosofias profundas e gosto de futilidades, gosto de assistir grandes documentários e gosto de realities shows banais, gosto de Linkedin e também gosto de Instagram, gosto de viajar e gosto de chegar em casa, gosto de coach e também de psicólogo, gosto de aprender, gosto de refletir, mas se me tirar do sério também irei me irritar, gosto da perfeição mas também gosto da lição da imperfeição gosto de não me limitar, gosto de mudar, inclusive de opinião se necesário for.
E me pergunto o qual o mal que há nas polaridades, na diversidade, qual mal que há em não se limitar, até quando vamos ficar dentro dessas caixas impostas pelas sanções sociais, até quando vamos nos emoldurar a padrões, onde foi que o respeito se perdeu pelo direito de pensar, pelo direito de se expressar, pelo direito de ser quem é, onde se perdeu o livre arbitrio, onde foi que viramos perfeitos a ponto de julgarmos tudo e todos, aonde viramos tão descartáveis a ponto de qualquer erro colocar os outros num grande paredão de fuzilamento social, quando perdemos o senso, a humanidade, a construção, a reconstrução das coisas e das pessoas...
Quem disse que pra ser o que é precisa que o outro não seja sua versão? Quem disse que pra gostar do que gosta precisa criticar o gosto alheio? Não da pra gente se bastar nos nossos dilemas e trabalharmos neles pois já são tantos? Se procurassemos entender os traumas e as dores alheios, e respeitar o outro com a mesma intensidade que julgamos e criticamos  como esse mundo seria melhor...
Nem todos os presentes possuem a mesma embalagem, nem todos cabem na mesma caixa, nem todos são feitos do mesmo material, não tente colocar um brinquedo numa embalagem que não caiba, que não combina, pois nunca terá a mesma graça e não causará o mesmo impacto.

Carina Silva
@carinamelhoresempre

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